Longa-metragem, Ficção, Drama, em finalização
Após descobrir um documentário inacabado feito por seu pai antes mesmo que ela nascesse, Cora começa a desvendar a sina de loucura que vem assombrando sua família por diversas gerações.
2064. Cora, uma norueguesa, encontra um documentário inacabado no qual Benjamim, seu pai brasileiro, tentava investigar, 50 anos antes, a história dos próprios pais dele: Teo, que morreu louco quando ele ainda era criança, e Elenir, uma mulher misteriosa de quem ele mal ouviu falar. Em sua investigação, Benjamin descobre que ambos fazem parte de um complexo quebra-cabeça familiar, cheio de traumas e tabus, no qual ele começa a se ver como uma das peças principais. O material presente no documentário de Benjamim é organizado e comentado por sua filha, na tentativa dela de compreender o passado perdido de sua família.
Cora é um filme inteiramente fictício, apresentado ao espectador como se fosse o documentário de uma mulher no futuro, que por sua vez é construído a partir de um documentário feito pelo pai dela no presente, que por sua vez tenta recontar a história da própria família dele no passado. Enquanto essa trama se desenvolve como um autêntico quebra-cabeça, nos aprofundamos na história e na personalidade de uma gama de personagens únicos – vivos e mortos –, representantes de diversas linhagens e gerações de uma São Paulo em constante transformação. Cora investe na pesquisa de linguagem, na soma de camadas audiovisuais e na radicalização de pontos-de-vista para fortalecer as sensações de curiosidade, angústia e incompletude em relação ao que está sendo contado, causando um embaralhamento na cabeça do espectador e um tipo singularmente forte de engajamento com a história.